Política

Eleitores trocam nomes de partidos em voto de papel em Portugal

Publicado dia 10/03/2024 às 19h41min
Concorrentes com nomes e siglas semelhantes causa confusão, gera erros e apresentação de queixa eleitoral

As cédulas de papel para o voto manual, preenchidas com caneta antes do depósito na urna, causaram polêmica na eleição para o Parlamento de Portugal.

Por volta de 13h30 de Portugal, a Aliança Democrática (AD), coligação de centro-direita que é uma das favoritas à vitória, enviou comunicado à imprensa alertando para os erros dos eleitores.

Segundo a AD, há eleitores que votaram por engano no partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) “devido à semelhança de nomes parecidos nos boletins de voto”.

A AD, então, fez um apelo à Comissão Nacional de Eleições (CNE) para que seja feito o esclarecimento para a população, ressaltando que não era um pedido de votos.

“Face aos inúmeros relatos que têm chegado à direção de campanha de pedidos de repetição do voto e aos cartazes que estão a circular nas redes sociais, apela à CNE que dirija uma mensagem ao país (...) de apelo ao voto esclarecido”, informou a AD.

Os eleitores que votaram errado têm que continuar na urna para poder repetir o processo antes de o papel ser depositado.

— Houve muitas pessoas que confundiram e tentaram alterar aquilo que era a disposição de voto — disse o líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Augusto Montenegro, que integra a AD.

Concorrente direto da AD, o Partido Socialista (PS) divulgou comunicado:
"O PS lamenta que em dia de eleições uma força política esteja em campanha eleitoral, violando todas as regras da democracia. O apelo ao voto em dia de eleições é uma violação grosseira dos deveres democráticos".

Fernando Anastácio, presidente da CNE, alegou que o boletim é igual ao que está no Tribunal Constitucional e que este problema deveria ter sido tratado antes da admissão das siglas. E fez um alerta: se o papel entrar na urna, nada pode ser feito.

A CNE ressaltou, ainda, que nomes de partidos e coligações não devem ser abordados durante o período de eleição sob pena de violação da lei eleitoral.

Insatisfeita com a repercussão, a ADN apresentou queixa à CNE contra a AD por interferência eleitoral.

Até às 16h de Portugal, a taxa de comparecimento às urnas era de mais de 51%, a maior desde 2009. A eleição terminou às 19h (de Lisboa).

Fonte: O Globo